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MÉTODO DANIS BOIS

Danis Bois nasceu em França em 1949. Era fisioterapeuta e osteopata de formação. Durante o seu trabalho, ele descobriu o Movimento Interno, não usado em Osteopatia, mas outro movimento interno, "mais global e profundo, mais lento que o fluído cerebroespinal" (D. Bois 2006, "O Eu Renovado").

Este Movimento Interno tem um ritmo de dois ciclos por minuto.

 

Assim, no início da década de 80, Danis Bois fundou uma Escola de Fasciaterapia em França, um Método criado por ele. O nome deriva das fáscias, os tecidos conectivos que cobrem e ligam todas as partes do corpo (músculos, ossos, todos os órgãos internos, o cérebro e a espinal medula). Essa fina membrana reage ao stress, traumas físicos ou emocionais e a estados psicológicos, contraindo-se. Esta contracção pode tornar-se permanente, causar dor e perturbar o equilíbrio natural do corpo.
O fasciaterapeuta realça, através de um toque "relacional", o Movimento Interno, invisível a olho nú e que ocorre ao nível das fáscias, pondo em comunicação cada célula do corpo humano. Esta animação é portadora de uma força de auto-regulação interna ou vitalidade do corpo, que conduz a pessoa a um equilíbrio físico, emocional e psicológico. O movimento interno é involuntário e interage com a vida psíquica.
Danis Bois continuou e expandiu a sua pesquisa a outros campos, como a Psicologia, Educação, Artes, Filosofia. Ele voltou a estudar, primeiro na Université Paris V, onde obteve um diploma em Desenvolvimento Cognitivo e Social do Recém-nascido; depois, na Universidade Moderna de Lisboa, um Mestrado em  Psicopedagogia Curativa , e finalmente um Doutoramento em Ciências da Educação na Universidade de Sevilha, em  “Didática e a Organização das Instituições de Ensino”. O tema da sua tese é : “O Corpo ‘Sensível’ e a Transformação das Representações do Adulto – Propostas para um Modelo Perceptual-cognitivo no Ensino do Adulto.”
Ele reuniu uma equipa de investigadores e profissionais de diferentes áreas e desenvolveu e expandiu o seu trabalho a vários países. 
Danis Bois percebeu que para que um paciente se consiga realmente curar, ele precisa primeiro de ser capaz de sentir-se a si próprio e ao seu movimento interno. Esta nova percepção de si próprio irá causar uma transformação  perceptual-cognitivo-comportamental, e então ele poderá fazer as mudanças necessárias na sua vida, hábitos, movimentos cotidianos, forma de pensar, criatividade. O paciente necessita de ter um papel ativo no processo de cura, para se tornar inteiramente presente na sua vida e poder co-criá-la.
Os terapeutas também precisariam de ser treinados, de forma a poderem ouvir e orientar os testemunhos verbais dos pacientes.
Em 2000 Danis Bois transformou o seu Método em Somato-Psicopedagogia.  Esta é uma disciplina pedagógica e terapêutica, preventiva e curativa,  que harmoniza a conecção entre corpo (soma) e mente (psyché= alma, espírito), ligando a dor física ao sofrimento psicológico, bem como os possíveis problemas comportamentais relacionados com esta angústia ou dor. É uma disciplina pedagógica, porque permite ao praticante desenvolver ferramentas de auto-observação e tomar consciência das respostas do seu corpo e processo de pensamento, e assim deixar de necessitar de um terapeuta.  Este novo método inclui, além da Fasciaterapia:

 

- Reeducação Sensorial (ajuda a sentir e perceber o movimento, organiza o gesto, de acordo com a biomecânica sensorial);

- Terapia do Movimento (é a expressão do Movimento Interno num agradável movimento gestual lento, ligando corpo e espírito. Pode assumir duas formas: uma que trabalha a expressão pessoal e criatividade da pessoa, com movimentos livres e outra que trabalha a estrutura fisiológica do corpo, com dois tipos de ferramentas, o Movimento Codificado, onde o paciente pratica uma série de movimentos coreografados, os quais exploram todas as possibilidades fisiológicas do corpo no espaço, ritmo e intensidade, e os Esquemas Associativos, que organizam os esquemas fisiológicos do movimento, de acordo com a Biomecânica Sensorial  e o Biorritmo Sensorial . Esta Biomecânica difere da clássica, porque inclui os movimentos lineares e a pessoa está num estado de presença, habita os seus gestos e pode corrigi-los em tempo real.

- Introspecção Sensorial (é uma experiência feita no silêncio e imobilidade. A pessoa fecha os olhos num estado de presença a si própria e sente o desenrolar da percepção do movimento interno, com todas as suas "nuances" e efeitos e sem se mover externamente. Este é um caminho progressivo para o ser sensível)​.

- Diálogo Verbal (O paciente é encorajado a exprimir verbalmente o que experienciou no corpo, para que possa validar e avaliar com a sua mente e alguma orientação por parte do terapeuta, a experiência vivida e assim reunir corpo e mente. Essa compreensão transforma-se em conhecimento que ele poderá aplicar na sua vida cotidiana e transformá-la consoante a necessidade. Isto acontece por fases:  durante a terapia manual, imediatamente depois e alguns dias depois, primeiro sem e depois com alguma orientação por parte do terapeuta.  Esta orientação é expressa através da colocação de questões e da organização do testemunho em categorias).
Danis Bois é autor de vários livros e artigos. ​

Presentemente, é Professor na Universidade Fernando Pessoa, no Porto, onde criou um Mestrado em Psicopedagogia Perceptiva e coordena um Programa Doutoral em Ciências Sociais e o CERAP ( Centre d'études et de recherches appliquées en psycho-pédagogie perceptive).

 


(Para mais informações consultar www.cerap.org )
 

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